terça-feira, abril 29, 2008

Hairspray - Em busca da fama

Antes de comentar o filme vai uma pequena sinopse:

Em 1962, o sonho de todos os adolescentes da época, em Baltimore, era aparecer no The Corny Collins Show, um famoso programa de dança da televisão. Tracy Turnblad é uma jovem que adora dançar e, mesmo sendo um tanto gordinha, ela impressiona os juízes do programa e acaba ganhando um espaço na atração. O seu sucesso acaba ameaçando a hegemonia de Amber Von Tussle, e a disputa entre elas torna-se mais acirrada quando as duas jovens se interessam pelo mesmo rapaz, Link Larkin. Ao mesmo tempo que Tracy e Amber disputam o título de Miss Hairspray, o contexto histórico-espacial toma parte do protagonismo no filme, na medida em que é promovida a integração racial por oposição à separação que se verificava até à época.



Quando eu loquei esse filme, achei que seria tonto, ou, no mínimo, sem graça. Mas ao assistir percebi que o filme trata de mais coisas que a busca da fama. Trata de preconceito, é muito bom, a Heroína do filme é uma "gordinha" branca, que fica amigo dos negros e os ajuda.
Não vou contar mais, mas digo que o filme me surpreendeu e contem cenas hilárias do John Travolta como a mãe da menina.
assistam que vale a pena.

terça-feira, abril 15, 2008

Passando a limpo

Durante algumas horas estive olhando meu antigo blog; matando a saudade, por assim dizer. Enquanto eu relia o que tinha escrito, os comentários recebidos e logicamente as imagens que postei, percebi uma coisa.
Nesses anos todos de Postagens e comentários, algo foi mudando, bem devagar. Na verdade a mudança foi tão gradual que sequer eu notei, mas ao ler os anos passados, todos de uma só vez, percebi-a.
A primeira mudança que notei foi no estilo da minha escrita. A principio eu escrevia despreocupado das regras e convenções gramaticais, o que não é algo condenavél. Mas tornava meu testo pobre e, por vezes, difícil de compreender.
Não que eu seja contra quem escreve assim, na verdade sou a favor disso, mas eu mesmo não escreverei assim novamente.
A segunda coisa foi a maturidade dos textos. Agora meus textos são muito mais adultos, menos focados em problemáticas existencialistas.
Em fim: Percebi que eu amadureci.

O dicionário Aurélio define maduro como: 1. Amadurecido, sazonado. 2. Plenamente desenvolvido. 3. Refletido, prudente. 4. Que já não é moço.

Existem palavras que sabemos e sentimos o que são, mas é difícil descrevê-las através de outras palavras. A maturidade é um conceito abstrato e subjetivo que percebemos e sentimos quando estamos diante dela, porém difícil de definir em palavras e de descrever todas as características que fazem parte dela, sem que haja restrições, diferenças de opiniões, debates e polêmicas. Sempre que descrevemos, definimos e comunicamos algo, generalizamos, omitimos detalhes e distorcemos as informações de acordo com os nossos filtros mentais.
Para tentar explicar o significado da maturidade, vou recorrer ao reino vegetal. Você já comeu uma banana verde? Você já provou um morango verde? Você gostou e aprovou o sabor dessas frutas ainda verdes, ou melhor, ainda não maduras?
Agora compare com a experiência de comer uma banana no ponto, lembre-se daquela taça de morangos vermelhos e maduros. Pois é, dá para perceber a diferença entre uma fruta verde e uma fruta madura, não dá?
Como podemos identificar uma pessoa que atingiu a maturidade? Da mesma forma que diferenciamos um fruto maduro de um ainda verde! Uma pessoa ainda verde ou imatura é mais egocêntrica, ou seja, mais preocupada consigo mesma, pouco preocupada com as pessoas que a rodeiam. Suas atitudes e comportamentos egoístas muitas vezes causam decepção, repulsa, ressentimento, mal estar e um gosto amargo para as pessoas que a provam.
E as pessoas maduras? Essas pessoas deixam boas sensações por onde passam. Aqueles que provam de sua companhia sentem o gosto adocicado e saboroso de suas ações e atitudes sábias e maduras.
Existe um lapso de tempo necessário para nosso completo amadurecimento e nossa plena realização como ser humano. Porem, nem sempre a maturidade espiritual e mental acompanha a maturidade física.
A maturidade física ocorre por volta dos 21 anos. Contudo, a maturidade mental e espiritual ocorre um pouco mais tarde. O tempo de maturação vai depender das experiências pessoais de cada pessoa e o aprendizado obtido ou não de cada uma dessas experiências. Muitas pessoas não amadurecem, elas apenas envelhecem.


Para terminar este post, quero agradecer a todos que têm acompanhado minha vida e dizer-lhes que vocês tiveram muita influência no meu amadurecimento.

Thank You!
İGracias!
Obrigado!


sexta-feira, abril 04, 2008

Luis Fernando Veríssimo

Hoje eu vou falar um pouco sobre um dos meus autores favorito:
Luis Fernando Veríssimo.

Luis Fernando Veríssimo nascido em Porto Alegre, 26 de setembro de 1936 é filho do também escritor Érico Veríssimo. Produz textos de humor em jornais brasileiros e em livros com crônicas humorísticas e geralmente bem curtas, como em O Analista de Bagé, As Comédias da Vida Privada, entre outras obras.

Para ver o site oficial do autor clique aqui.



Se tem uma coisa que sempre gostei em português é do Grau superlativo, mas prefiro o sintético ao analítico.
Calma! Eu explico: usa-se o grau superlativo para intensificar uma determinada característica ou qualidade.
Por exemplo:
João é bom (Grau Normal).
João é boníssimo (Grau Superlativo).

Um dia, eu passeava pela biblioteca da escola quando me deparei com um livro, O nariz e outros Contos de Luis Fernando Veríssimo, ao deparar com o nome do autor pensei:
- Deve ser um autor bom mesmo, para ter nome superlativo, deve ser um autor boníssimo.
Fiquei por um tempo matutando, superlativo de que seria?
De bom, é (como já expliquei) boníssimo; de agradavél, é agradabilíssimo, de útil, é utilíssimo, de que palavra teria vindo esse superlativo?
Como meus conhecimentos em português eram limitados, perguntei à minha professora:
-Professora, Veríssimo é superlativo de que?
-De nada Leci, é o nome do autor!
Acham que me convenci? De jeito nenhum, perguntei para a pessoa, fonte de todo meu conhecimento inútil, que me daria a resposta:
-Mãe, Veríssimo é superlativo de que?
- Sei lá...
Fica aqui a pergunta, quem souber me diga.

"Sou um gigolô das palavras. Vivo às suas custas. E tenho com elas exemplar conduta de um cáften profissional. Abuso delas. Só uso as que eu conheço, as desconhecidas são perigosas e potencialmente traiçoeiras. Exijo submissão. Não raro, peço delas flexões inomináveis para satisfazer um gosto passageiro. Maltrato-as, sem dúvida. E jamais me deixo dominar por elas. Não me meto na sua vida particular. Não me interessa seu passado, suas origens, sua família nem o que outros já fizeram com elas. Se bem que não tenho o mínimo escrúpulo em roubá-las de outro, quando acho que vou ganhar com isto. As palavras, afinal, vivem na boca do povo. São faladíssimas. Algumas são de baixíssimo calão. Não merecem o mínimo respeito.
Um escritor que passasse a respeitar a intimidade gramatical das suas palavras seria tão ineficiente quanto um gigolô que se apaixonasse pelo seu plantel. Acabaria tratando-as com a deferência de um namorado ou a tediosa formalidade de um marido. A palavra seria a sua patroa ! Com que cuidados, com que temores e obséquios ele consentiria em sair com elas em público, alvo da impiedosa atenção dos lexicógrafos, etimologistas e colegas. Acabaria impotente, incapaz de uma conjunção. A Gramática precisa apanhar todos os dias pra saber quem é que manda."

Luis Fernando Veríssimo em O gigolô das palavras