domingo, dezembro 28, 2008

2009

Receita de ano novo 
 Carlos Drummond de Andrade

Para você ganhar belíssimo Ano Novo 
cor do arco-íris, ou da cor da sua paz, 
Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido 
(mal vivido talvez ou sem sentido) 
para você ganhar um ano 
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras, 
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser; 
novo 
até no coração das coisas menos percebidas 
(a começar pelo seu interior) 
novo, espontâneo, que de tão perfeito nem se nota, 
mas com ele se come, se passeia, 
se ama, se compreende, se trabalha, 
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita, 
não precisa expedir nem receber mensagens 
(planta recebe mensagens? 
passa telegramas?) 
 

Não precisa 
fazer lista de boas intenções 
para arquivá-las na gaveta. 
Não precisa chorar arrependido 
pelas besteiras consumadas 
nem parvamente acreditar 
que por decreto de esperança 
a partir de janeiro as coisas mudem 
e seja tudo claridade, recompensa, 
justiça entre os homens e as nações, 
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal, 
direitos respeitados, começando 
pelo direito augusto de viver. 
 

Para ganhar um Ano Novo 
que mereça este nome, 
você, meu caro, tem de merecê-lo, 
tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil, 
mas tente, experimente, consciente. 
É dentro de você que o Ano Novo 
cochila e espera desde sempre.

Nota: Não sei como colocar as referências para o vídeo, mas creio que as aparecem nele sejam  suficientes.
Narração: Lima Duarte

sexta-feira, dezembro 19, 2008

Quem sabe ainda sou um garotinho.

Tanto tempo passou, tanta coisa mudou desde que estas fotos foram tiradas, Tanta água já rolou e já moveu tanto o velho moinho da vida.

As vezes eu me pergunto: "Onde é que foi parar aquele garotinho que sorria nas fotos? O que terá acontecido com ele? Teria ele desaparecido quando me tornei homem? Teria sucumbido à maldade do mundo? Não teria resistido às desventuras que lhe sucederam?
Uma vozinha em minha cabeça começa a responder, com um tom que aumentou a cada resposta:
Está aí, lá no fundo; ficou mais forte; não; a maldade não o destruiu; resistiu e continuará resistindo.
Admito que é um dialogo um tanto estranho, mas quem disse que  tem que fazer sentido?
Mas há uma boa esperança e, quem sabe,eu ainda sou um garotinho.

quarta-feira, dezembro 10, 2008

Leci Junior

Ao ler o título desse post e observar a foto, você leitor, provavelmente há de se perguntar por que em um post sobre mim tem a foto de outra pessoa. Calma, eu esclareço, o post não é sobre mim é sobre ele: Leci Junior, isso mesmo, o nome dele é, como vocês devem ter reparado, o mesmo que o meu.
É um fato muito comum existirem duas pessoas com o mesmo nome e até com o mesmo sobrenome, é o que se chama homônimo.
Evidentemente que nosso caso é muito mais incomum, em primeiro lugar porque nossos nomes em si são incomuns e nossos pais (o meu e o dele) também são homônimos, e em segundo lugar por termos praticamente a mesma idade.
O que é mais curioso nessa história é que eu o encontrei procurando o meu nome no Orkut, então as primeiras pessoas eram mulheres, mas filanmete eu achei um rapaz que, para minha surpresa, também era Leci Junior. Na mesma hora eu entrei em contato com ele pelo orkut, pedi-lhe que me adicionasse pois somos, segundo nos consta, os únicos Leci Junior na face da Terra. Hoje, além do contato via orkut mantemos conversas no MSN e, posso dizer com toda certeza, que mais que o nome em comum, o que nos une é uma amizade que surgiu de uma coincidência "nominal".