
Esta semana eu me superei, fiz um trabalho com meus alunos que até eu me surpreendi com os resultados. Levei para um 6º ano (Antiga 5ª série) o poema
Fanatismo, de
Florbela Espanca e fiz uma discussão com os alunos, ultimamente tenho tentado botar em prática o que tenho vivido na graduação, e decidi fazer a discussão em roda.
Passei copias do texto aos alunos e pedi-lhes que sentassem em circulo, lemos o poema e dei inicio a discussão, fiz uma pergunta aos alunos:
-Vocês acham que o amor que o eu-lírico sente pode se acabar?
Ao que um dos alunos respondeu:
-Pode, se o namorado dela largar dela.**
-Mas e ela? Vai deixar de amar ele?
- Ah! Vai né sor!
-Será mesmo?Com quem que ela compara o amor dela?
-Com Deus, sor!
-Ué! E Deus tem fim?
-Não!
-E o amor dela?
-Então, não, né, sor...
-Mas por que você acha que ela comparou o amor com Deus?
-Por que Deus é amor, sor!
-Exatamente, agora quem sabe me dizer como é que vocês chegaram a conclusão que é uma mulher?
- Por que ela fala "Enlouquecida", sor, termina com A, se fosse homem ia ser O...
-Muito bem. Vocês acham que esse amor é real ou imaginário?
-Real!
-Tem certeza, ela não fala que ela está sonhando com ele? Se ela está sonhando, como pode ser real?
-Verdade né sor, ela tá até cega de ver ele, quer dizer que ela só tem olhos para ele, mas não falô com ele...
-É uma possibilidade...
Este não é o dialogo completo, é somente uma parte do que falamos em sala, é que como eu conduzia o debate, não tive como anotar tudo.
**As falas foram reproduzidas como os alunos as disseram.
Aqui está a música do poema e se você clicar
aqui vai ver uma produção na qual eu participo.