Quando eu estou triste eu gosto de ouvir essa música...
Lanterna Dos Afogados
Os Paralamas do Sucesso
Quando tá escuro E ninguém te ouve Quando chega a noite E você pode chorar
Há uma luz no túnel Dos desesperados Há um cais de porto Pra quem precisa chegar
Eu tô na lanterna dos afogados Eu tô te esperando Vê se não vai demorar
Uma noite longa Pra uma vida curta Mas já não me importa Basta poder te ajudar E são tantas marcas Que já fazem parte Do que eu sou agora Mas ainda sei me virar
Eu tô na lanterna dos afogados Eu tô te esperando Vê se não vai demorar
Uma noite longa Pra uma vida curta Mas já não me importa Basta poder te ajudar Eu tô na lanterna dos afogados Eu tô te esperando Vê se não vai demorar
If this does not inspire you, I don’t know what will…
TRADUÇÃO:
A voz de Gabriella - A vida no Paraíso**
Agora minha vida me pertence
Eu tenho esse curto período de tempo na terra
E o meu desejo me trouxe aqui
Tudo o que eu não tinha e tudo que ganhei
Mas ainda é o caminho que escolhi
Minha confiança foi muito além das palavras
Isso mostrou-me um pouco
Do paraíso que nunca encontrei
Quero sentir que estou vivo
Todos os dias de minha vida
Vou viver como eu desejo
Quero sentir que estou vivo
Sabendo que eu fui bom o suficiente
Eu nunca perdi quem eu era
Só deixei adormecido
Talvez nunca tive uma escolha
Apenas a vontade de permanecer vivo
Tudo que eu quero, é ser feliz
Ser quem eu sou
Para ser forte e livre
Para ver o dia surgir da noite
Eu estou aqui e minha vida é só minha
E o céu que pensei que estava lá
Vou descobrir que está aqui em algum lugar
Eu quero sentir que eu tenho vivido a minha vida!
Se isso não inspirá-lo, eu não sei o que vai ...
Em uma das cenas mais memoráveis de 2001: Uma Odisséia no Espaço, Stanley Kubrick utiliza um poderoso coro de vozes para criar o clima assombroso que acompanha o astronauta Dave em sua jornada rumo a Júpiter. Essa força espiritual da voz humana parece exercer um efeito contrário no protagonista de A Vida no Paraíso: para ele, é um sopro de vida.
A princípio, o longa dirigido pelo sueco Kay Pollak (indicado ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 2005) parece ser mais um “filme de professor”, como tantos outros em que o protagonista se vê diante de um grupo de alunos dispersos e os une em torno de um mesmo objetivo. No entanto, este difere em pelo menos dois pontos. Primeiro, porque não se concentra em uma competição: apesar de o coral se inscrever em um concurso, este jamais se torna o centro do filme (na verdade, acaba servindo a uma conclusão bonita e espirituosa). E segundo, porque o foco principal está no protagonista, não nos “alunos”. A trama gira em torno do maestro Daniel (interpretado com extrema competência por Michael Nyqvist, da comédia: Bem-Vindos), que busca uma paz que ele mesmo desconhece. Os dramas individuais dos personagens secundários existem, mas estão lá apenas para pontuar a narrativa e servir à sua construção.
A premissa maior de A Vida no Paraíso é que o canto funciona como uma chave que abre o coração e a alma das pessoas, ajudando não só os habitantes da cidade a se soltarem, mas também o próprio Daniel, já que ele encontra a sua redenção naquela vivida por seus alunos. Daniel é um homem que respira música, desde a infância. Vemos nas primeiras cenas que ele sempre se esforçou ao máximo para tirar o som perfeito dos instrumentos (ele chega a ter o nariz sangrando enquanto rege uma orquestra). Mas, mesmo que inconsciente, ele sabe que falta algo - que finalmente encontra na voz do coral: é o som humano, que arrepia; que parece ser uma conjuração universal, exatamente como naquela viagem espacial de Kubrick em 2001.
A Vida no Paraíso também fala sobre a importância do equilíbrio interno, tema representado pelo caminhão que Daniel vê deslizando na neve e, mais tarde, pela bicicleta que ele quer aprender a usar. Não fosse a superficialidade das subtramas, que tomam um tempo desnecessário, o filme seria ainda melhor.
* O filme e a música originais são em Sueco, mas como eu não sei uma palavra nesse idioma eu coloquei a versão em Inglês da LETRA (O Áudio é em sueco).