
domingo, dezembro 27, 2009
O futuro não é mais como era antigamente.

quinta-feira, dezembro 17, 2009
Uma frase com 2064 anos...


domingo, dezembro 13, 2009
Outra escola é possível?

Nós brasileiros vimos nos últimos anos um governo de “oposição”, um líder sindical que fazia resistência ao Estado, agora empossado presidente da república. De acordo com o ministro da educação Fernando Haddad, um jeito de avaliar a atuação de um governante é analisar as mudanças constitucionais realizadas por este.
Segundo o ministro, o atual governo aprovou, com o apoio da oposição, duas emendas constitucionais; a saber, número 53 e 59. Que alteram diretamente dispositivos ligados à educação, como por exemplo: a obrigatoriedade do ensino dos quatro aos dezessete anos, o fim do DRU (Desvinculação de Receitas da União), o FUNDEB (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação Básica), o ensino fundamental de nove anos. Nas palavras do próprio Haddad, o estado tem de intervir agora, para no futuro não intervir, pois temos o estado como amigo/inimigo invisível e, ainda em consonância com o que diz o Ministro da Educação, as futuras gerações hão de notar o sentido progressista em que foi reescrito o capitulo consagrado à educação da nossa lei maior.
Entretanto, para Boaventura (2006), a repetição é a condição para a ordem e a melhoria é a do progresso. Na medida em que dada condição social se repete e não melhora e que a melhora não se repete, então o estado não trabalha para o desenvolvimento da sociedade, antes, passa por transformações que tornam obsoletas as ideologias existentes.
Por isso, faz-se necessária uma política que prova a diversidade, ou seja, precisamos demarcar espaços e nos estrangeirarmos, não devemos criar uma identidade, ou currículo nacional, carecemos de construir singularidade e subjetividade. No campo educacional podemos falar em “educação maior” (macropolítica, desenvolvida nos gabinetes do ministério da educação, secretarias da educação, etc.) e a “educação menor” (micropolítica, criação e produção cotidiana, micro-relações estabelecidas na instituição escolar como um todo).
Apesar de tudo, a maior dificuldade para transformar a educação é mudar o estado e a sociedade em si; paradoxalmente, para reformular o estado é necessário mudar “reformar” a sociedade e para tanto é preciso alterar a educação. Mas, tendo em vista que o estado é o maior responsável pela educação e, legalmente, detém o “direito” e o dever de educar e é o estado que legitima o direito dos outros de educarem, é correto afirmar que o estado só muda se quiser, ou, para usar os termos de Boaventura (2006), se auto-reforma se achar que precisa.
Outra escola é sim possível, ao passo que aconteça uma mudança interna daqueles que têm a escola nas mãos; mudança tal que emane e contagie de forma intensiva, mesmo que com pouca expressão inicial. Passo a passo, município a município, todo território nacional a educação vá mudando.
Talvez, essa mudança esteja mesmo nas mãos dos educadores, dirigentes, enfim, de todo o corpo escolar, na pouca mobilidade que nos é oferecida pelo estado e, assim, enxergar as lacunas nas quais podem se infiltrar os sentimentos que levam ao aperfeiçoamento, à emancipação e à percepção das “ferramentas” que nós cidadãos temos disponíveis para fugir do bicho.
BIBLIOGRAFIA:
Educação e Constituição. Folha de São Paulo. 22 de Nov. 2009.
Santos, Boaventura de Sousa. A Gramática do Tempo: para uma nova cultura política. – São Paulo: Cortez, 2006 p.341-376.
Este é um trabalho que fiz em grupo e colaboraram para ele:
Adriana da Silva
Christiane da Costa
Gabriela Subtil
Marília Araujo
Priscila Martins