terça-feira, outubro 13, 2009

Break Free!

Libertas Quæ Sera Tamen!
Hoje quero falar de liberdade, mas antes é preciso definir o que é liberdade. O dicionário define liberdade da seguinte maneira:
liberdade
li.ber.da.de
sf (lat libertate) 1 Estado de pessoa livre e isenta de restrição externa ou coação física ou moral. 2 Poder de exercer livremente a sua vontade. 3 Condição de não ser sujeito, como indivíduo ou comunidade, a controle ou arbitrariedades políticas estrangeiras. 4 Condição do ser que não vive em cativeiro. 5 Condição de pessoa não sujeita a escravidão ou servidão. 6 Dir Isenção de todas as restrições, exceto as prescritas pelos direitos legais de outrem. 7 Independência, autonomia. Liberdade é tudo isso, e mais, é, segundo o curta A Ilha das Flores, um sentimento que não há quem explique e ninguém que não entenda.
Refletindo na semântica da palavra e no que diz o filme, pensei: - "O que torna as pessoas livres? E, por que um ser que, essencialmente, nasce para ser livre se deixa, deliberadamente, aprisionar?". Não tenho respostas, mas teorias, posso estar certo como Galileu estava a respeito do movimento dos astros, ou, tão errado quanto àqueles que criam que a Terra era chata.
Acredito que se nos prendemos a alguma coisa, fazemo-no ou por nossa própria vontade ou por que alguém nos obriga, ainda sim, obedecemos à esse alguém por escolha, mesmo que nos ameace, podemos escolher não obedecer e, é claro, sofrer as conseqüências.
Não é muito diferente na educação. Talvez, a única diferença seja que, na maioria dos casos, os professores sequer dão a opção dos alunos serem livres para escolher o que e o modo como vão aprender, estas coisas lhes são impostas e cobradas (não necessariamente nessa ordem), sem sequer perguntar se lhes interessa este ou aquele conteúdo, tudo é ensinado, mas será que tudo é aprendido? Ou Apreendido?
Na contra mão de tudo isso está um educador, talvez o maior que o Brasil já teve: Paulo Freire que trouxe muitas contribuições para o modo de pensar a educação.
Desde sua interpretação da relação homem-mundo, pois Freire incentivava a cada um encontrar seu papel na sociedade como sujeito ativo, quebrando, assim, o paradigma do fatalismo ou de uma cultura hegemônica que padroniza, massifica as pessoas, em detrimento da cultura popular.
O conhecimento, para Freire, deveria se conscientizado, ou seja, era feito na diferença, aprender o "para que" e não o "como". Mesmo a escola, instituição canonizada pelos educadores em geral, não ficou "a salvo", para Freire a escola deveria utilizar-se de uma educação problematizadora e sua metodologia devia basear-se no diálogo e a avaliação deveria basear-se na auto-avaliação e na avaliação mútua, sem o processo de notas ou exames, cada um saberia suas dificuldades e seus progressos – em termos gerais é este o pressuposto no qual a teoria freiriana baseia seu sistema de avaliação. A grande problemática aqui seria a dificuldade em adotá-la no ensino tradicional (seja ela nas séries iniciais ou no ensino médio), pois:
- Tendo como base que a educação popular está inserida em um contexto totalmente diferente, onde as pessoas procuram a escola porque realmente desejam aprender;
- Lembrando que nas escolas tradicionais há um currículo, metas e objetivos propostos pelo governo, definindo aquilo que o professor precisa ensinar e o conteúdo que deve exigir de seus alunos;
- Associado a isto temos a questão da educação totalmente desvalorizada, com a responsabilidade deixada de lado, juntamente com a ética e a moral;
- E com uma lei que exerce um papel na tentativa de sustentação de uma sociedade que se encontra como um “sepulcro caiado”.
Diante do exposto, resta-nos um questionamento: Sem a exigência de normas, notas e fiscalização, haverá a possibilidade real de usarmos esta proposta? Infelizmente o que vemos em nossa sociedade é que a maioria das pessoas baseia-se na existência ou presença de uma pessoa ou órgão que lhe dite as regras e que fiscalize o cumprimento das mesmas. A começar dos governantes que não dão qualquer exemplo, como esperar que uma auto-avaliação funcione onde a “Lei de Gerson” predomina? Onde “o importante é levar vantagem em tudo, certo?”
Outras perguntas que ficam são: Será que este tipo de educação pode ser aplicada numa sociedade onde o conceito de bom professor é o daquele que "domina" a sala e que não é dado o direito de fala ao aluno e que "enche a lousa de lição"?
Para essas nem mesmo uma teoria eu tenho.






I Want to Break Free (Queen)

I want to break free
I want to break free
I want to break free from your lies
You're so self satisfied I don't need you
I've got to break free
God knows, God knows I want to break free.

I've fallen in love
I've fallen in love for the first time
And this time I know it's for real
I've fallen in love,
God knows, God knows I've fallen in love.

It's strange but it's true, yeah
I can't get over the way you love me like you do
But I have to be sure
When I walk out that door
Oh how I want to be free, baby
Oh how I want to be free,
Oh how I want to break free.

But life still goes on
I can't get used to, living without, living without,
Living without you by my side
I don't want to live alone, hey
God knows, got to make it on my own
So baby can't you see
I've got to break free.

I've got to break free
I want to break free, yeah
I want, I want, I want, I want to break free.

disponivel em: <http://vagalume.uol.com.br/queen/i-want-to-break-free.html> Acesso em 13 Out.2009

Tradução *:

Quero me Libertar (Queen)

Eu quero me libertar
Eu quero me libertar
Eu quero me libertar das suas mentiras
Você é tão auto-suficiente, Eu não preciso de você
Eu tenho que me libertar
Deus sabe, Deus sabe que eu quero me libertar.

Eu me apaixonei
Eu me apaixonei pela primeira vez
E dessa vez eu sei que é real
Eu me apaixonei,
Deus sabe, Deus sabe que eu me apaixonei.

É estranho mas é verdade, sim
Eu não consigo superar a maneira que você me ama como você faz
Mas tenho a certeza
Quando eu sair por aquela porta
Baby Oh como eu quero ser livre,
Ah como eu quero ser livre,
Ah como eu quero me libertar.

Mas a vida continua
Não posso me acostumar a viver sem, Viver sem,
Viver sem você do meu lado
Eu não quero viver sozinho, hey
Deus sabe, tenho que fazer isso sozinho
Assim, você não consegue ver
Eu tenho que me libertar.

Eu tenho que me libertar
Eu quero me libertar, yeah
Eu quero, eu quero, eu quero, eu quero me libertar.

*Tradução minha.

5 comentários:

Anônimo disse...

Entendo pouco dessas coisas e teorias e etc... mas algo pra melhorar a eduação deveria ser feito sim, hj em dia nao se aprende mais nada na escola, a não ser coisa errada... rs
adoro essa do queem.. mais ainda o clip...kkkk
é esse akele da empregada bigoduda?
Nem vi ele aki..demora pra carregar
kkkkkkkkkk
Abração meu amigo!

Thalita Carvalho disse...

Sabe o que acho Junior? Que seus alunos tem sorte de ter você como professor, de verdade, não é qualquer um que tem a visão que você tem dessa arte de educar. Adorei suas colocações sobre a liberdade, me deixou a pensar.
Sobre seus questionamentos quanto a possibilidade de utilização do modelo escolar de Paulo Freire eu também acho que provavelmente não seria possível mesmo sem todas as regras e exigências, infelizmente as pessoas não se interessariam o bastante. Essa realidade é triste mas quem sabe um dia nossa sociedade não chega nesse nível?

Cristiano Contreiras disse...

Bem legal o blog, volto mais vezes! abraço e vou te seguir! gostei do visual tambem!

RUBENS disse...

Olá Jr., dua coisas: 1) Fui para Itatiba na semana anterior ao feriado, hahahaha 2) Cada vez que vejo alguém falando do Paulo Freire fico muito feliz. Se for um jovem como vc, fico mais feliz ainda. Paulo Freire é estudado em 53 países e muito pouco conhecido no Brasil. É emocionante ler Paulo Freire, seja o leitor professor ou não, ele escreve simples, fácil, leitura gostosa. Para vc que está na área, ao ler Paulo Freire siga os passos dele lendo os livros que ele indica nos rodapés. Grande abraço.

Thalita Carvalho disse...

Oi, tem um selo esperando por você lá no meu blog, passa lá e pega!!! bjs